domingo, 3 de fevereiro de 2013

Carta de Marcella Martins, Santa Maria - RS, à Presidente Dilma

Vale a pena usar uma "nêsga" de seu tempo para ler esta carta de uma CIDADÃ BRASILEIRA!

Carta de Marcella Martins, Santa Maria - RS, à Presidente Dilma

Engula o choro, presidente. Engula o choro ao falar da tragédia de Santa Maria. Engula o choro e todos os problemas desse país que nele estão escancarados. Engula que o medo do segurança de ser demitido neste país é maior do que sua consciência de deixar as pessoas saírem sem pagarem suas contas para não morrerem. Engula a soberba dos donos de empresa desta nação que não estão nada preocupados com pessoas como eu e até mesmo como a senhora porque estão focados demais em lucrar, e preferem fechar as portas como numa câmara de gás a ter prejuízos. Engula a pressão que todos os seus funcionários sentem todos os dias. Engula que para arcar com seus altíssimos impostos, todos eles dão um jeitinho bem brasileiro de se desviar dos regulamentos e leis. Engula que os órgãos responsáveis por evitar que isso aconteça não funcionam. Engula que eles deixaram essa, entre tantas e tantas casas mais, funcionar sem licença. Engula que provavelmente alguém que também ganha pouquíssimo aceitou um suborno para que isso acontecesse. Engula que a senhora deu "é" sorte por ser apenas essa casa entre todos os tantos lugares que deveriam estar fechados, que caiu na boca da mídia. Engula a mídia que vai atacar com todo o sensacionalismo possível em cima das famílias que estão procurando celulares em cima de corpos para reconhecer seus filhos. Engula as operadoras que não funcionam e que provavelmente impediram uma série de vítimas a pedirem socorro. Engula que o socorro que chega para se enfiar em lugares como este, pegando fogo, cheio de corpos de jovens para serem resgatados, recebe um salário vergonhoso, com descontos ainda mais vergonhosos, e ainda assim executam um trabalho triste e digno antes de voltarem para a casa e agradecerem por seus próprios estarem dormindo.

Não, presidente. Não chore ao falar da tragédia. Faça! Faça alguma coisa. E pare de nos dar como exemplos uma série de catástrofes para tomar medidas idiotas que não valerão de nada alguns meses depois. Não se emocione. Acione! Acione a todos os órgãos públicos, faça uma limpa em sua maldita corrupção e devolva à segurança pública, às instituições sérias, aos professores, aos bombeiros, aos enfermeiros, aos seguranças, aos jovens, o mínimo de dignidade. Não faça um discurso. Mude o percurso. Mude tudo porque estamos cansados de ver nossos iguais pegando fogo, morrendo afogados, morrendo nas filas, morrendo no crack, morrendo, morrendo, morrendo, e tendo como última imagem aquela tv aos fundos anunciando o fim de mais uma bilionária obra de estádio de futebol.

Não, presidente. Desculpe, mas na minha frente, a senhora não pode chorar. Não pode chorar sua culpa. Não pode chorar sua inércia. Não pode chorar no Chile mas também não pode chorar em Santa Maria. Porque isso é muito maior do que só um acidente. Isso é muito maior do que só sua comoção. Engula o seu choro, presidente. O seu, o dos jovens que perceberam que não teriam mais o que fazer que não morrer, e em especial, o de seus amigos e familiares, que em um país como esse, não têm outra opção que não chorar. Engula o choro, presidente."

MARCELLA MARTINS.
Vale a pena usar uma "nêsga" de seu tempo para ler esta carta de uma CIDADÃ BRASILEIRA!
Carta de Marcella Martins, Santa Maria - RS, à Presidente Dilma
Engula o choro, presidente. Engula o choro ao falar da tragédia de Santa Maria. Engula o choro e todos os problemas desse país que nele estão escancarados. Engula que o medo do segurança de ser demitido neste país é maior do que sua consciência de deixar as pessoas saírem sem pagarem suas contas para não morrerem. Engula a soberba dos donos de empresa desta nação que não estão nada preocupados com pessoas como eu e até mesmo como a senhora porque estão focados demais em lucrar, e preferem fechar as portas como numa câmara de gás a ter prejuízos. Engula a pressão que todos os seus funcionários sentem todos os dias. Engula que para arcar com seus altíssimos impostos, todos eles dão um jeitinho bem brasileiro de se desviar dos regulamentos e leis. Engula que os órgãos responsáveis por evitar que isso aconteça não funcionam. Engula que eles deixaram essa, entre tantas e tantas casas mais, funcionar sem licença. Engula que provavelmente alguém que também ganha pouquíssimo aceitou um suborno para que isso acontecesse. Engula que a senhora deu "é" sorte por ser apenas essa casa entre todos os tantos lugares que deveriam estar fechados, que caiu na boca da mídia. Engula a mídia que vai atacar com todo o sensacionalismo possível em cima das famílias que estão procurando celulares em cima de corpos para reconhecer seus filhos. Engula as operadoras que não funcionam e que provavelmente impediram uma série de vítimas a pedirem socorro. Engula que o socorro que chega para se enfiar em lugares como este, pegando fogo, cheio de corpos de jovens para serem resgatados, recebe um salário vergonhoso, com descontos ainda mais vergonhosos, e ainda assim executam um trabalho triste e digno antes de voltarem para a casa e agradecerem por seus próprios estarem dormindo.

Não, presidente. Não chore ao falar da tragédia. Faça! Faça alguma coisa. E pare de nos dar como exemplos uma série de catástrofes para tomar medidas idiotas que não valerão de nada alguns meses depois. Não se emocione. Acione! Acione a todos os órgãos públicos, faça uma limpa em sua maldita corrupção e devolva à segurança pública, às instituições sérias, aos professores, aos bombeiros, aos enfermeiros, aos seguranças, aos jovens, o mínimo de dignidade. Não faça um discurso. Mude o percurso. Mude tudo porque estamos cansados de ver nossos iguais pegando fogo, morrendo afogados, morrendo nas filas, morrendo no crack, morrendo, morrendo, morrendo, e tendo como última imagem aquela tv aos fundos anunciando o fim de mais uma bilionária obra de estádio de futebol.

Não, presidente. Desculpe, mas na minha frente, a senhora não pode chorar. Não pode chorar sua culpa. Não pode chorar sua inércia. Não pode chorar no Chile mas também não pode chorar em Santa Maria. Porque isso é muito maior do que só um acidente. Isso é muito maior do que só sua comoção. Engula o seu choro, presidente. O seu, o dos jovens que perceberam que não teriam mais o que fazer que não morrer, e em especial, o de seus amigos e familiares, que em um país como esse, não têm outra opção que não chorar. Engula o choro, presidente."

MARCELLA MARTINS.

sábado, 17 de novembro de 2012

Itabuna - Ato público - Queremos PAZ e ANISTIA garantida .

Necessitamos do seu apoio dia 19/11 (segunda feira) às 11;30 minutos na praça Adami ,cidade Itabuna no ato público pois abertura de novos processos administrativos de demissão dos POLICIAIS MILITARES ainda por causa do movimento paredista .  A Sociedade Civil Organizada , Entidades Cristãs, Sindicatos Diversos , familiares e amigos e você. Pois  uma hora de seu tempo pode ajudar a mudar  nossa historia .Deus lhe abençoe. Com camisa de cor branca . Queremos  PAZ , e pedir a ANISTIA garantida .
Necessitamos do seu apoio dia 19/11 (segunda feira) às 11:30  na praça Adami ,cidade Itabuna no ato público pois abertura de novos processos administrativos de demissão dos POLICIAIS MILITARES ainda por causa do movimento paredista . A Sociedade Civil Organizada , Entidades Cristãs, Sindicatos Diversos , familiares e amigos e você. Pois uma hora de seu tempo pode ajudar a mudar nossa historia .Deus lhe abençoe. Com camisa de cor branca . Queremos PAZ , e pedir a ANISTIA garantida .
 
Convite da SD PM Valéria Morais
 
Unidos Somos Fortes.

Familiares de policiais mortos fazem manifestação na Av. Paulista




Uma manifestação de familiares de policiais mortos aconteceu na Avenida Paulista, região central de São Paulo, na tarde desta quinta-feira (15), feriado da proclamação da República.

Eles começaram uma passeata por volta das 16h e ocuparam três faixas da pista sentido Consolação. Seguiram até o Cemitário do Araçá, onde fica o mausoléu da Polícia Militar.

Boa parte dos presentes vestia roupas pretas e leva cruzes brancas. Os manifestantes carregaram também bandeiras do Brasil e do estado de São Paulo.

A manifestação acontece em meio à onda de violência no Estado de São Paulo. Apenas neste ano, 92 policiais foram assassinados.

Pelo menos seis pessoas morreram e 15 ficaram feridas entre a noite de quarta-feira (14) e a madrugada desta quinta na Grande São Paulo. Entre os feridos, três eram policiais militares. No Grajaú, na Zona Sul da capital, pelo menos duas pessoas morreram e uma ficou ferida em um ataque.



Condições

Um dos manifestantes, Zoroastro Volnei Pilatti, protestava contra as condições de trabalho oferecidas aos policiais militares. O filho dele, Marco Volnei Zacarias Pilatti, foi assassinado no começo de novembro em São Bernardo do Campo. "Vim protestar pela morte do meu filho para que isso não ocorra a mais ninguém", afirmou.

O diretor da Associação dos Praças da Polícia Militar de São Paulo, Geraldo do Espírito Santo, reclamou da omissão do governo do Estado que, segundo ele, já tinha informações sobre os ataques, mas não alertou os policiais. Ele também se queixou do fato de o governo não ter cumprido a promessa de blindar as bases da PM, conforme anunciou.

O coronel Telhada, ex-comandante da Rota eleito vereador nas últimas eleições em São Paulo, também marcou presença. Ele afirmou defender mudanças na legislação para combater o crime.


G1

Assassinato de policiais em SP é para saldar dívidas



Em São Paulo, a prisão de dois assassinos confessos revelou que os criminosos matam policiais para saldar dívidas com as quadrilhas.

Uma vida por R$ 10 mil. Em depoimento, Jeferson Luiz de Miranda confessou que foi esse o valor do assassinato do investigador João Antônio Pires, no dia 5 de outubro, em Juquitiba, na Grande São Paulo. O crime foi na porta de um supermercado. Jeferson chegou na garupa e fez vários disparos. Mesmo atingido, o investigador correu para se proteger. Jeferson o seguiu e continuou atirando, mesmo com a vítima no chão.
"Execução covarde e difícil de entender. Foram disparados 16 tiros", diz o delegado Josimar Ferreira de Oliveira.

Segundo a polícia, o piloto da moto era Valmir Fernandes, que já está na cadeia. Jeferson foi preso nesta quinta, no litoral paulista. Ele contou que não conhecia o policial. Matou para ter uma dívida perdoada pela facção que comanda o crime de dentro dos presídios. "Tinha dez dias para fazer isso. Onde que eu não fiz em dez dias, aí me deram 24 horas para fazer", contou ele.

A investigação dos assassinatos de policiais tem revelado uma prática usada pelo crime organizado no estado de São Paulo. Entre quarta e quinta, dois criminosos fizeram confissões semelhantes. Mataram para pagar dívidas com uma facção criminosa. Escutas telefônicas revelaram que Leandro Rafael Pereira da Silva, o Léo Gordo, recrutava assassinos para executar cinco policiais militares.

“Como eles não conseguiram, dentro desses 10 dias, foi dada uma prorrogação para ele que se expirava agora no final do mês", detalhe o delegado Celso Marchiori

Léo Gordo confessou a morte de um PM. “Só foi o da região do Campo Limpo”, relatou.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o PM era o soldado Flávio Adriano do Carmo, morto com dois tiros no mês passado. Da noite desta quarta para esta quinta, mais oito pessoas foram executadas na região metropolitana de São Paulo, e 17 ficaram feridas. Entre elas, dois PMs e um policial civil que estavam de folga.

Em até quatro dias começa o combate intensivo contra a entrada de drogas e armas no estado, segundo o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Os locais das operações foram definidos em conjunto pelas polícias civil e federal. O governador também ressaltou que a taxa de homicídios em São Paulo é a mais baixa do país em mortos por 100 mil habitantes.

“A região metropolitana é a terceira maior metrópole do mundo. Tem 22 milhões de pessoas.

Então é preciso dar o devido, se não se cria uma situação muito injusta, quase que uma campanha contra São Paulo. E não possível fazer isso e ainda criar uma situação de pânico na população", falou o governador.

Na Avenida Paulista, parentes e amigos de policiais militares mortos fizeram uma manifestação. Eles trouxeram dezenas de cruzes que simbolizavam os 92 policias assassinados no estado de São Paulo este ano.

G1

Onda de ataques atinge 11 cidades de SC, e 1ª morte é registrada


15/11/2012



Pelo terceiro dia consecutivo, ônibus do transporte coletivo e bases da polícia sofreram ataques criminosos em Santa Catarina. Desde segunda-feira, segundo a Polícia Militar, foram registrados ao menos 36 ataques e duas manifestações --quando moradores incendiaram caçambas de lixo e jogaram pedras em casas, na parte continental de Florianópolis. Também foi registrada hoje a primeira morte, em Itapema.

Segundo a PM, desde a noite de segunda-feira 58 pessoas foram detidas para serem ouvidas e, destas, 31 foram presas.

A PM não informou quantas continuam presas até agora.

Na manhã desta quinta-feira (15), em Itajaí (93 km de Florianópolis), o mecânico Marcelo Lima viu quando o veículo começou a pegar fogo em frente à casa da mãe dele. "As chamas estavam mais na parte de trás do ônibus, mas fiquei com medo de pegar fogo em tudo", afirmou em depoimento à polícia. Por isso, ele entrou no ônibus e dirigiu por alguns metros até parar o coletivo em um terreno baldio.

Por volta das 16h30, em Itapema, dois homens em uma moto tentaram atear fogo em um ônibus. Houve troca de tiros com a polícia, e um dos bandidos foi baleado, morrendo mais tarde. O outro conseguiu escapar.

A onda de ataques já atinge onze cidades do Estado --Florianópolis, São José, Palhoça, Tijucas, Gaspar, Navegantes, Itajaí, Blumenau, Criciúma, Balneário Camboriú e Itapema.

Na capital, Florianópolis, moradores do bairro Ingleses viveram mais uma noite de pânico. Um ônibus foi incendiado em frente a uma igreja, que estava lotada.

O incêndio bloqueou a porta principal da igreja, e os fieis tiveram dificuldade para sair do local, segundo a polícia. Ninguém ficou ferido.

Já em Palhoça, na Grande Florianópolis, o motorista de um ônibus teve queimaduras leves nas pernas. Segundo o boletim de ocorrência, ele ficou assustado com o ataque dos criminosos e teve dificuldade para tirar o cinto de segurança. Um passageiro do mesmo ônibus torceu o pé ao pular do veículo, que foi incendiado na noite de quarta-feira.

Durante a madrugada, uma base da Polícia Militar em São José (na Grande Florianópolis) e uma da Guarda Municipal de Balneário Camboriú também foram alvejadas por tiros.



TRANSPORTE COLETIVO

Com três ônibus incendiados desde segunda-feira, a empresa de transporte coletivo Canasvieiras só retirou os veículos da garagem nesta quinta quando o dia estava claro, às 7h da manhã.

Foram duas horas de atraso, o que provocou muitas filas nos terminais de ônibus e mais preocupação entre os moradores.

O presidente do Setuf (Sindicado das Empresas de Transporte Urbano da Grande Florianópolis), Waldir Gomes da Silva, diz que solicitou ao governo do Estado escolta para todos os ônibus que circulam nas regiões mais atingidas pelos ataques.

Na manhã de hoje, o governador Raimundo Colombo disse, em entrevista à RBS TV, que a segurança no transporte coletivo é prioridade e que policiais farão escolta dos ônibus nas regiões que sofreram ataques. Em algumas linhas, a escolta começou a ser feita na noite de quarta-feira.

Outra preocupação da cúpula de segurança pública é com a realização de eventos durante o feriado na capital. Uma micareta está programada para hoje, amanhã e sábado. "Teremos um atendimento especial a esses eventos. Já nos reunimos com serviço de inteligência das polícias e traçamos estratégias para a segurança dessas pessoas", afirmou o governador.

Colombo disse que não descarta ajuda do governo federal e que desde terça-feira está em contato com o Ministério da Justiça para obter informações sobre estratégias de combate aos ataques. "Se percebermos que precisamos de reforço, vamos solicitar", afirmou.


FOLHA

CARREIRA ÚNICA. Todos ganham: É bom para a PM, O PM, O Estado e a Sociedade


Ao longo dos anos a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais vêm passando por diversas transformações. A maior transformação nesta década é a revolução educacional nas instituições militares. Quando eu ingressei na Polícia Militar em 1988, era exigido do candidato a 4ª série primária, hoje ensino fundamental. Essa exigência tinha impacto direto em nossa remuneração, afinal não se admitia um salário digno para um profissional com apenas ensino fundamental.

Ouve-se até, que outrora haviam policiais que mal sabiam assinar o próprio nome, pois nos anos de “ferro”, buscava-se um militar de grande porte físico e não de maior envergadura educacional.
Com o passar dos anos, houve uma facilitação ao ensino médio e ensino superior. Atualmente, um grande número de pessoas de baixa renda tem acesso a universidade pública ou privada através de programas governamentais. Essa evolução educacional, obviamente trouxe impacto em nossa corporação. Houveram turmas de soldados onde quase 1/3 dos alunos (recrutas) tinham curso superior.

Mas, existem ainda algumas incoerências educacionais na Policia Militar. Atualmente, para ser cadete da APM é preciso ser Bacharel em Direito, mas para ser Coronel da PM (último posto da carreira) ou Juiz do Tribunal de Justiça Militar é possível somente com o 2º Grau de escolaridade.

Imaginem um Coronel chamando a atenção de um 2º Tenente em razão de um Inquérito Policial Militar mal conduzido (na visão do coronel) e o militar usar a seguinte resposta: “com todo respeito Coronel, mas o senhor está falando isso por que não é Bacharel em direito, pois o CPPM diz isso ou aquilo...”. E ai? O fato é possível, mas improvável em razão do nosso militarismo.

Ou ainda, um Coronel do Tribunal de Justiça Militar (equivale a um desembargador) resolve iniciar um curso de direito e como acontece em cada inicio de semestre na faculdade os alunos do curso de direito se apresentam aos professores. O juiz do TJM, aluno do curso de direito, se levanta e se apresenta: “Eu sou Juiz do Tribunal de Justiça Militar”. Imaginem o nó na cabeça dos alunos ao imaginarem que um Juiz sem curso de Direito vai analisar as decisões de um Juiz (e ai, juiz de verdade) togado que passou por um concurso de provas e títulos em um concurso para bacharéis dificílimo. Dá pra imaginar?

É por isso que defendemos a carreira única nas Instituições militares, onde a única forma de ingresso seria o CTSP – Curso Técnico de Segurança Pública.  Todos os demais cursos, inclusive o CFO – Curso de Formação de Oficiais seriam através de processo seletivo (concursos) interno.

Essa medida traria benefícios diretos para toda a tropa. As vagas de cadetes seriam preenchidas por praças das diversas graduações que por sua vez abririam novas vagas para promoções.

Alem de que o curso de formação poderia abreviado, dispensado as disciplinas já cursadas em cursos anteriores, ocasionando redução de tempo e de gastos públicos com a formação do novo oficial.

A exigência do Curso de Bacharel em Direito para a promoção ao último posto do oficialato é algo que precisa ser revisto urgentemente e a carreira única é a verdadeira revolução educacional e de valorização profissional nas instituições militares.


Julio Cesar Gomes dos Santos, CB BM QPR
Advogado OAB/MG nº 136.363
Pós Graduando em Ciências Penais na Faculdade Milton Campos
Deputado Estadual Eleito

Após provocar PCC e criticar secretário de segurança, delegada pode ser punida


A delegada da Polícia Civil de Sorocaba que usou um adesivo no carro para desafiar o PCC e criticar o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, terá sua conduta analisada pela Corregedoria da Polícia Civil e pode ser punida. Na quarta-feira (14), véspera do feriado, ela circulou de carro pela cidade exibindo no para-brisa traseiro um grande adesivo com os dizeres: "Vem PCC tô facinha pra você! Se o secretário de Segurança não tá nem aí, eu me preocupo. Poupe pais, mães de família e o coitado do povo inocente".

Nesta sexta (16), o adesivo já havia sido retirado e a delegada, que pediu a preservação de sua identidade, não quis dar entrevista. Flagrada dirigindo o carro, ela disse a um jornal local que havia tomado a atitude depois que o governador Geraldo Alckmin afirmou não ter planos de trocar o comando da Segurança Pública mesmo com a crise no setor.

— A cegueira nas atitudes do secretário perante os atos criminosos é inadmissível. Negar a onda de violência é o mesmo que dizer que Papai Noel existe. Não me conformo com esse caos.

Ao explicar a frase que mandou estampar em seu carro, disse que não se conformava em ver inocentes morrendo na guerra da capital.

— Eu me importo com o povo do meu Estado. Gostaria que o secretário de segurança se importasse da mesma maneira.

O delegado seccional André Moron, que já identificou a autora do protesto — uma delegada com 23 anos de carreira —, considerou que ela tomou uma atitude isolada e inadequada.

— Num momento conturbado como este, lutamos junto contra o inimigo comum, que é o criminoso, portanto essa atitude não contribui para a segurança de ninguém.

Além de advertir a subalterna, o delegado seccional acionou a Corregedoria da Polícia Civil para avaliar a conduta da delegada e tomar medidas administrativas.

— Estamos propondo que a delegada perca a titularidade da delegacia pela qual responde, pois temos a convicção de que sua postura fez com que ela perdesse a credibilidade perante a comunidade e junto à seccional.

O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo informou que vai acompanhar os trabalhos da corregedoria.

R7

PM alerta sobre risco de atentados a policiais no RN



Os ataques sofridos por policiais em São Paulo e Santa Catarina nos últimos dias deixaram a Polícia Militar do Rio Grande do Norte em alerta. Na tarde desta sexta-feira (16), o comando da instituição emitiu nota oficial orientando os militares a tentarem prevenir possíveis atentados criminosos no Estado.


"A nota tem caráter preventivo, tendo em vista esses acontecimentos no país. Recomendamos aos policiais que tenham a devida cautela, tanto no horário de trabalho quanto no período de folga. Fizemos isso para que nossos policiais fiquem em alerta", disse o comandante-geral da Polícia Militar do RN, coronel Francisco Canindé de Araújo.

Segundo a nota, os militares precisam observar "as normas e procedimentos de segurança durante as abordagens pessoais, veículos e edificações, inclusive quanto à condução e o porte de arma de fogo quando no período de folga, bem como a utilização dos equipamentos de proteção individual durante todo o serviço ostensivo".

A possibilidade de ataques contra militares no RN está sendo alvo de investigações sigilosas por parte da cúpula da segurança potiguar. A informação sobre o risco teria sido repassada pelos órgãos de inteligência de São Paulo e Santa Catarina.

Araújo disse que manteve recente contato com o comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, Roberval Ferreira França, para prestar solidariedade e apoio ao trabalho no combate aos atentados. "Não acredito que aconteçam em Natal", disse.

POLICIAL BALEADO

No final da tarde desta sexta, o policial civil Valdir Freire, chefe de investigação da 8ª Delegacia de Polícia, foi baleado com cerca de dez tiros no bairro do Alecrim, zona leste de Natal. O policial aguardava um carro da corporação para voltar à delegacia quando dois homens apareceram em uma moto, desceram do veículo e dispararam contra ele.

Valdir Freire foi internado consciente no Hospital Walfredo Gurgel, o maior do RN, mas seu estado de saúde é considerado "gravíssimo" pelos médicos. Nenhum suspeito foi preso até a noite desta sexta-feira.

FOLHA

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Quanto você cobraria para ser policial?

Quem não é policial muitas vezes ignora quais são os reais motivos pelos quais os profissionais de segurança pública reivindicam atenção e reconhecimento. Neste texto, pretendemos mostrar um pouco das agruras por que passam os policiais, além de algumas de suas funções que parecem ser dignas de observação quando estamos falando de valorização profissional. Ao final, o leitor poderá responder à pergunta: “Quanto você cobraria para ser policial?”:


Passar noites sem dormir

A maioria das pessoas só vê a polícia quando ocasionalmente passa por uma viatura ou guarnição durante seu cotidiano diurno, ou na parte inicial da noite. Para quem não sabe, porém, a polícia trabalha ininterruptamente todos os dias, inclusive no momento em que os cidadãos “normais” se encontram no aconchego dos seus lares, aquecidos e descansados, dormindo para enfrentar a rotina do dia posterior. Às vezes, esta jornada noturna se estende, em virtude de ocorrências mais demoradas e problemáticas. Durante o serviço policial, dormir, e todos os benefícios que o ato traz ao corpo, são exceção.

Faltar a eventos familiares/afetivos

Natal? Revellion? Carnaval? Dia dos pais? Dia das mães? Aniversário? O policial não tem direito a qualquer destas comemorações, caso esteja escalado de serviço. Também não pode deixar de trabalhar, se for o caso, para ir à apresentação de teatro do filho na escola, tampouco para fazer uma viagem romântica com o(a) cônjuge. Na polícia, o ditado popular se faz valer: “primeiro a obrigação, depois a diversão”.

Correr risco de morte

Certamente este é o mais óbvio dos ônus de se tornar policial, mas também o mais preocupante: ser policial é trabalhar com a possibilidade de morte a qualquer momento do serviço. Não são poucos os casos de policiais mortos em confronto, ou mesmo em acidentes e incidentes possíveis no desenrolar da atividade: colisão de viaturas em perseguições, manuseio equivocado de arma de fogo etc.

Ser reconhecido fora de serviço

Um desdobramento do aspecto acima mencionado está presente também quando o policial não está mais em serviço. Caso seja reconhecido no momento de um assalto, por exemplo, dificilmente os suspeitos serão benevolentes com o policial, pelo receio da represália imediata e posterior. Assim, admitir-se policial em qualquer ambiente é quase se oferecer aos riscos inerentes a esta condição.

Salvar vidas de vítimas do crime

Cotidianamente a polícia põe fim a seqüestros, assaltos com reféns, tentativas de homicídio, roubos, furtos etc. Cotidianamente a polícia salva vidas, tal como o médico o faz, com uma diferença: expondo sua própria vida.

Ser generoso, polido e negociador

Embora a imagem que as polícias tenham entre a população brasileira seja a de uma instituição rústica, truculenta e abrupta, o fato é que a maioria dos policiais lidam com os problemas que se lhe apresentam no dia a dia de modo muito mais brando. Isto porque seria praticamente impossível resolver a gama de problemas nas ocorrências caso agisse sempre arbitrariamente. Sem o talento da mediação, o policial estará fadado ao fracasso.

***

Frente ao contexto apresentado de modo resumido e superficial ao leitor, repetimos a pergunta título deste texto: “Quanto você cobraria para ser policial?”. Como dizem por aí, “perguntar não ofende” (bom seria que os governadores dos estados brasileiros respondessem a indagação).

Autor: Danillo Ferreira

FONTE - ABORDAGEM POLICIAL

Pedido de demissão na PM é o maior em 12 anos



Quase uma década de sua vida foi dedicada à Polícia Militar. Acordava cedo, vestia sua farda, botava a arma no coldre, fazia uma oração ao lado da mulher e ia para o batalhão na Grande São Paulo.

Neste ano, estava trabalhando em Guarulhos, cidade onde dois PMs foram assassinados na mais recente onda de violência. Em todo o Estado, ao menos 92 policiais foram mortos em 2012.

Foi exatamente por conta desses ataques que Gabriel, nome fictício, decidiu deixar a corporação. Disse que se cansou de ser alvo de ladrões.

"Você põe a 'cara' na mira do bandido e é chamado de violento. É hostilizado por quem você quer defender e o salário é uma piada", disse.


E Gabriel, que agora é supervisor de uma empresa de segurança, não está sozinho. Dos últimos 12 anos, 2012 já é o recordista em número de PMs que pediram demissão. Foram 440 até outubro.

Nem no ano dos ataques da facção criminosa PCC, em 2006, houve tantos pedidos de exoneração. De janeiro a outubro daquele ano, 411 PMs saíram por vontade própria.

Entre eles estava o então cabo Aryldo de Paula, que foi da Rota e da Força Tática (tropas de elite da PM), e hoje é advogado de policiais.

"Vi que não tinha o apoio de ninguém. Corria o risco de morrer e era chamado de 'coxinha' por algumas pessoas. Se me envolvesse numa ocorrência de resistência seguida de morte, mesmo estando certo, não teria suporte. Por isso, pedi para sair", disse.

Para cinco comandantes de batalhões da PM ouvidos pela reportagem, a violência é o principal fator que influencia na saída dos militares. Mas há outros dois que precisam ser levados em conta: o salário baixo (o piso salarial de um soldado é de R$ 2.378) e a distância dos policiais até suas casas.

Há casos em que o PM é lotado em cidades a mais de 500 quilômetros de casa.

Quando perguntado sobre se sabia por que este ano registrou um recorde no número de PMs que pediram demissão, o comandante da corporação, coronel Roberval Ferreira França, disse que era boato.

Ao ser confrontado com os números que foram informados pela própria PM por meio da Lei de Acesso à Informação, o coronel mudou o discurso e afirmou que os dados não o preocupam.
"Nosso 'turnover' (rotatividade) é baixo. Temos quase 100 mil policiais e menos de 0,5% pediram exoneração. Isso é sempre reposto."

Desde o ano 2000, cerca de mil pessoas ingressam na corporação por ano. Nessa média, estão inclusos os oficiais recém formados pela Academia Militar do Barro Branco.

Para o deputado Olímpio Gomes (PDT), major da reserva da PM, o elevado número de pedidos de demissões demonstra que há muitas pessoas sem vocação na polícia.

"O salário é baixo, o risco é grande e, quando se põe na balança, alguns bons policiais saem para outras carreiras, como delegado federal ou agente rodoviário. Entre os que ficam, há aqueles que veem a polícia só como mais um emprego público", disse.

FONTE - FOLHA

Proclamação da República do Brasil

A Proclamação da República Brasileira foi um levante político-militar ocorrido em 15 de novembro de 1889 que instaurou a forma republicana federativa presidencialista de governo no Brasil, derrubando a monarquia constitucional parlamentarista do Império do Brasil e, por conseguinte, pondo fim à soberania do Imperador Dom Pedro II. Foi, então, proclamada a República dos Estados Unidos do Brasil.
A proclamação ocorreu na Praça da Aclamação (atual Praça da República), na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil, quando um grupo de militares do exército brasileiro, liderados pelo marechal Deodoro da Fonseca, destituiu o imperador e assumiu o poder no país.
Foi instituído, naquele mesmo dia 15, um governo provisório republicano. Faziam parte, desse governo, organizado na noite de 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca como presidente da república e chefe do Governo Provisório; o marechal Floriano Peixoto como vice-presidente; como ministros, Benjamin Constant Botelho de Magalhães, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Campos Sales, Aristides Lobo, Demétrio Ribeiro e o almirante Eduardo Wandenkolk, todos membros regulares da maçonaria brasileira

sábado, 25 de agosto de 2012

Não adianta esconder ... no momento exato APARECE !

Vejam e ouçam o que o ACM velho falou em 6.6.2006!!!
SOMENTE 6 ANOS APÓS VEIO À TONA!!! ACM não era santo,tem hora que até ele acorda para os acontecimentos,mas com esse discurso arriscou a própria vida. Vídeo inédito do ACM - por muito tempo abafado pelo Senado, ilegalmente retido, antidemocraticamente escondido nos porões daquela Casa, que impedia a transcrição ou cópia, até que agora vazou...
 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Greve faz Dilma trocar PF por militares na Copa

PF exibe faixa de protesto no aeroporto de Congonhas em SP

A presidente Dilma Rousseff decidiu privilegiar o papel das Forças Armadas no comando da segurança dos grandes eventos que vão ocorrer no Brasil a partir do ano que vem - Copa das Confederações em 2013, Copa do Mundo de Futebol em 2014 e a Olimpíada do Rio em 2016. A intervenção da presidente na estrutura criada para os eventos ocorreu depois que Dilma formou convicção de que na greve em curso os policiais federais agiram para atemorizar a sociedade em aeroportos, postos de fronteira e portos.

De acordo com assessores diretos, Dilma considera absurda a forma como os policiais federais têm agido na greve, levando a população a constrangimentos com revistas descabidas em malas e bolsas, além de exibição de armas em suas operações-padrão. A presidente teme ainda que o Brasil passe por vexames durante os grandes eventos e não se esquece - segundo um interlocutor - de que os policiais federais tentaram fazer um protesto durante a Rio+ 20, quando deveriam estar cuidando da segurança dos chefes de Estado e de governo e das autoridades presentes.

O comando da Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos (Sesge), subordinada ao Ministério da Justiça e dirigida por um delegado da PF, Valdinho Jacinto Caetano, já começou na prática a perder espaço para as Forças Armadas. Num primeiro movimento autorizado por Dilma, o Ministério da Defesa publicou ontem no Diário Oficial da União (DOU) portaria que prevê o redistribuição de verbas de segurança em eventos e avança nas funções estratégicas da secretaria em favor dos comandos do Exército, Marinha e Aeronáutica.

Conforme a portaria, em contexto emergencial, o Ministério da Defesa fica autorizado a realizar o planejamento para emprego temporário das Forças Armadas para atuar nas áreas de defesa aeroespacial, controle de espaço aéreo, defesa de áreas marítima, fluvial e portuária, segurança e defesa cibernética, de preparo e emprego, de comando e controle e de defesa contra terrorismo.

O Ministério está também apto a comandar tarefas de fiscalização de explosivos, de forças de contingência e defesa contra agentes químicos, biológicos, radiológicos ou nucleares.

A medida, conforme o texto, vale para todas as cidades-sede da Copa e dos grandes eventos programados até 2016. Entre eles, estão ainda a Copa das Confederações e a visita do Papa Vento XVI durante A Jornada Mundial da Juventude, no Rio, em 2013. A Sesge, desidratada de recursos e atribuições, tende a exercer um papel de segundo plano nesses eventos.

O Estado apurou que, num segundo momento, o Planalto planeja substituir o titular da secretaria por um representante do Ministério da Defesa. Criada em agosto de 2011, a Sesge está em plena execução de um orçamento de R$ 1,17 bilhão.

Embora incomodado com os sinais do Planalto, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informou por meio da assessoria do Ministério que não comentaria portaria de outra pasta.

Protestos. Na terça-feira, 21, houve novos protestos de servidores federais em greve. Agentes da Polícia Rodoviária Federal com funções de chefia entregaram simbolicamente seus cargos à Superintendência do Rio de Janeiro. Em Salvador, fiscais do Ministério da Agricultura distribuiram oito toneladas de arroz e feijão. Nos aeroportos de Congonhas (SP), Confins (BH) e JK (Brasília), policiais federais fizeram passeatas e apitaços. /

COLABORARAM TIAGO DÉCIMO E ANTÔNIO PITA

ESTADÃO

Vídeo: Fernando Chiarelle fala sobre o tráfico de drogas no Brasil


Policiais federais realizam 'apitaço' no Aeroporto de Congonhas em SP

Os policiais federais realizaram um protesto com faixas e apitos, nesta segunda-feira, no Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. O ato teve início às 10h e durou pouco mais de uma hora. Durante a manifestação, os agentes realizaram um 'apitaço' na calçada e no saguão do aeroporto. A categoria está em greve desde o último dia 7.

Os agentes caminharam na região do aeroporto com faixas e apitos. Eles ainda entregaram panfletos e conversaram com passageiros sobre as demandas da categoria. As informações são do Sindicato dos Servidores da Polícia
Federal de São Paulo (Sindpolf-SP).


Com faixas e apitos, agentes realizaram manifestação no Aeroporto de Congonhas, na zona sul



Com a greve nacional, os policiais pedem, entre outras coisas, a reestruturação da carreira, reajuste salarial e contratação de servidores. As solicitações valem para agentes, papiloscopistas e escrivães. Estavam previstas para esta semana novas operações-padrão - revistas mais rigorosas que vêm causando filas nos aeroportos -, mas o Superior Tribunal de Justiça (STJ) proibiu a prática na última quinta-feira.

O ministro Napoleão Nunes Maia Filho considerou a ação lesiva à população e concedeu liminar a pedido do governo. A multa no caso de descumprimento é de R$ 200 mil por dia
para os sindicatos, e vale também para os representantes dos trabalhadores da Polícia Rodoviária Federal, que cruzaram os braços na segunda-feira.

Negociações

Na última sexta-feira, o Ministério do Planejamento propôs um reajuste de 15,08% ao longo dos próximos três anos para os servidores de mais de 30 categorias em greve em todo o País. A proposta foi aceita por alguns setores, como algumas universidades federais. Outros, no entanto, como os
funcionários da Polícia Federal, não concordaram e decidiram manter a paralisação.

O Sindpolf-SP planeja uma nova assembleia em frente à sua sede, nesta terça-feira à tarde, para deliberar sobre a continuidade ou não da greve. Na segunda-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou o corte de ponto de servidores públicos que faltarem ao trabalho por causa da paralisação.


FONTE - IG, ULTIMO SEGUNDO

Policial militar que sofreu acidente com viatura pode ter que vender a própria casa para cobrir conserto

Um policial militar da reserva está vivendo um verdadeiro drama. Ele pode ter que vender a própria casa para cobrir as despesas do conserto de uma viatura que foi danificada durante um acidente ocorrido em 1998.


O carro não tinha seguro e foi destruído. Agora, o Governo do Estado quer que ele pague o prejuízo. O policial diz que se sente injustiçado. "É o único bem que eu tenho. A casa é financiada pela Caixa pelo projeto Minha Casa, Minha Vida e é o único imóvel que eu consegui adquirir ao longo de 20 anos atuando honestamente na Polícia Militar", lamentou.

O responsável pelo setor de transportes da PM não conhece o caso relatado, que já não está mais na esfera de polícia, mas sim da Procuradoria do Estado. Ele diz que um policial pode ser responsabilizado por danos a viaturas e que precisa dirigir com cuidadomesmo se for atender a uma ocorrência.

"Ele não pode deixar de observar as normas de circulação determinadas pelo Código de
Trânsito Brasileiro. Ele precisa andar rápido, mas com cautela", comentou o tenente-coronel Pratti.

Atualmente, as viaturas da polícia são modernas e algumas custam mais de R$ 100 mil, mas nem de longe elas se comparam ao
veículo que foi danificado no acidente com o policial. Trata-se de um carro que saiu de linha em 1994 e hoje no mercado de carros usados não custa mais do que R$ 5 mil. Porém, a dívida que está sendo cobrada passa de R$ 37 mil.

A PM tem hoje 1648 viaturas no Estado e nenhuma tem seguro. "Foi feito um levantamento há algum tempo e nenhuma seguradora demonstrou interesse em fazer o seguro de viaturas. Isso porque as viaturas estão sujeitas a se envolverem em acidentes. Além disso, o custo disso não seria interessante para a polícia", completou o tenente-coronel.

A Associação de Cabos e Soldados saiu em defesa de Albuquerque. "Não podemos mais permitir que o policial trabalhe e corra o risco de perder o único patrimônio que tem, que é uma casa, porque ele bateu uma viatura que não tinha seguro", reivindicou o presidente da entidade, Flávio Gava.

FONTE - FOLHA VITORIA

Advogado de Jefferson pedirá inclusão de Lula como réu do mensalão

Luiz Francisco Barbosa afirma que o ex-presidente tinha domínio da situação; requerimento será apresentado na segunda-feira


Gabriel Castro e Rodrigo Rangel

O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, tem alta do hospital Samaritano no bairro de Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro na manhã deste domingo (05/08/2012)
O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson (Fabio Teixeira/Futurapress)

"O procurador-geral da República sugeriu que o presidente, que tem até título de doutor honoris causa, fosse um pateta. Mas ele tinha domínio de tudo"
O advogado do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), Luiz Francisco Barbosa, pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) a inclusão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como réu no processo do mensalão. O requerimento será apresentado na sessão de segunda-feira, data da defesa do petebista em plenário. Ele pedirá a suspensão do julgamento para a realização de novas diligências que investiguem Lula ou, como alternativa, o destacamento de um novo processo, em que o petista seria acusado separadamente.
"O procurador-geral da República sugeriu que o presidente, que tem até título de doutor honoris causa, fosse um pateta. Mas ele tinha domínio de tudo", disse o
representante de Jefferson ao site de VEJA.
Há poucas chances de o pedido prosperar, mas a
solicitação de Barbosa pode retomar a discussão sobre a responsabilidade de Lula em um momento em que os holofotes estão voltados para o Supremo Tribunal Federal.

O advogado de Jefferson alegará que os três ex-ministros citados no processo, Anderson Adauto, Luiz Gushiken e José Dirceu, não tinham poder para enviar ao Congresso projetos de lei - segundo a denúncia do Ministério Público, o governo comprou o apoio de parlamentares para facilitar a aprovação de propostas no Congresso. Por isso, Lula era o maior interessado no funcionamento do esquema. E, mesmo depois de ter sido avisado por Roberto Jefferson sobre a existência do mensalão, o então presidente não teria tomado providência.
Barbosa cita ainda outro episódio que envolveria o petista: Lula assinou a lei que alterava as regras para a operação de crédito consignado a aposentados: o BMG, até então fora do mercado, passou a participar do negócio. O governo ainda deu um auxílio extra ao enviar cartas a mais de 10 milhões de aposentados, convidando-os a emprestar dinheiro. "Em um ano, o BMG fez cinco vezes mais negócios do que a Caixa, que tinha um
número de agências muito maior", alega o advogado. Só depois, afirma o defensor de Roberto Jefferson, é que a instituição bancária passou a abastecer o esquema do valerioduto, onde despejou cerca de 30 milhões de reais. Com o ato de ofício de Lula - a lei que favoreceu o BMG - ficaria reforçada a participação do petista no episódio.
Em ocasiões anteriores, Luiz Francisco Barbosa questionou o Supremo Tribunal Federal a respeito da ausência de Lula no processo. Em todas as vezes, a Corte se recusou a discutir o caso. Esta será a primeira vez em que a inclusão do petista como réu será solicitada diretamente. "O presidente terá de submeter o tema ao plenário", diz o advogado.



Para imprensa internacional, mensalão ameaça legado de Lula


Reportagens publicadas nas últimas semanas por jornais da Argentina, Espanha, França e Inglaterra destacam a “cultura da corrupção” no Brasil


Matéria do jornal francês Le Monde sobre o mensalão
Matéria do jornal francês Le Monde sobre o mensalão (Reprodução)

“Quem seguramente não perderá nenhum episódio será Lula, fundador do PT, que, em que pese não ser réu, tem muito em jogo”

Além de dominar as manchetes dos principais jornais do Brasil, o julgamento do mensalão entrou na pauta da imprensa internacional. Nas últimas duas semanas, jornais de todo o mundo destacaram em suas páginas o “julgamento do século” do Brasil. Os periódicos estrangeiros aproveitaram o episódio para falar sobre a cultura da corrupção no país e alertaram: o julgamento será uma oportunidade para mudar esse mau hábito dos políticos brasileiros.


A imprensa internacional analisa ainda que o julgamento põe em xeque o legado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pode comprometer os planos do petista de voltar ao poder. O francês Le Monde apresenta o mensalão como “o escândalo que quase custou a reeleição de Lula em 2006”. Jornais americanos e europeus concordam, no entanto, que o mensalão não deve comprometer a imagem da presidente Dilma Rousseff, mesmo sendo ela do PT. Na avaliação dos estrangeiros, Dilma conseguiu mostrar compromisso com a transparência e o combate à corrupção, ao demitir sete ministros envolvidos em escândalos.


“A sucessora de Lula conseguiu um bônus de credibilidade entre os brasileiros depois de destituir sem hesitação um punhado de membros de seu gabinete acusados de corrupção”, afirma editorial do espanhol El País, em 6 de agosto. “Parece improvável que Dilma seja diretamente afetada pelo julgamento, pois demitiu ministros envolvidos em escândalos”, diz reportagem publicada em 2 de agosto no The Guardian, da Inglaterra.


“Dilma teve uma atitude bem diferente da de Lula diante de acusações de corrupção que surgiram durante seu governo desde que assumiu o poder”, lembra o La Nacion, da Argentina. “Diante de denúncias da imprensa contra seus funcionários, a presidente pediu explicações imediatamente e, não as considerando adequadas, exigiu a renúncia dos suspeitos.”


Os jornais destacam as falas contraditórias do ex-presidente Lula a respeito do mensalão: ele primeiro pediu desculpas pelo erro e agora nega a existência do esquema. Na análise do La Nacion, o julgamento será um "teste de Teflón" de Lula – lembrando a tese segundo a qual nenhuma má notícia "cola" no petista. “Em 2005, as acusações não aderiram a Lula pois ele argumentou ter se sentido traído por seus companheiros de partido. Ele superou a crise com um pedido de desculpas pelos "erros" do governo e do PT”, afirma o jornal da Argentina. “Nos últimos anos, no entanto, depois de conseguir eleger Dilma, Lula desqualificou as acusações do mensalão e passou a tratá-las como uma invenção da imprensa.”


O La Nacion chega a ironizar a preocupação de Lula com o julgamento. “O escândalo pode até mesmo ofuscar o truculento enredo da telenovela mais popular do momento, Avenida Brasil”, diz o jornal, em artigo de 2 de agosto, dia do início do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). “Quem seguramente não perderá nenhum episódio será Lula, fundador do PT, que, em que pese não ser réu, tem muito em jogo.”


O francês Le Monde afirma que a esquerda brasileira parece ter aprendido pouco com o mensalão. “A esquerda parece não ter aprendido nada substantivo. A questão, além de financiamento de campanha, era o tipo de aliança formada pelo PT”, diz o jornal em artigo de 1º de agosto. “Para formar maioria no Congresso e um governo estável, os dois presidentes do PT ligaram seus destinos a partidos sem identidade e sem programa.”


Cultura de corrupção - O Le Monde aproveitou o início do julgamento e publicou no dia 3 de agosto um retrospecto mostrando como casos de corrupção estão intrincados na história política do Brasil. Entre os personagens rememorados pelo jornal francês estão o ex-governador paulista Adhemar de Barros e seu bordão "rouba, mas faz"; o ex-presidente Fernando Collor, que sofreu impeachment e hoje é senador e aliado de primeira hora do PT; o presidente do Senado, José Sarney; e o ex-governador Paulo Maluf. “Casos como o do ex-presidente Collor mostram como a luta contra a impunidade está longe de ser vencida. Daí a importância do veredicto de Brasília”, conclui o jornal francês.


O britânico The Guardian diz que “corrupção e assassinatos não são novidade no Brasil”, mas que, com um caso tão grave sendo levado a julgamento, acende-se uma esperança de que algo mude. O jornal dedica boa parte da reportagem sobre mensalão, publicada em 2 de agosto, para relembrar dois casos recentes de violência contra quem tenta fazer justiça no Brasil. Eles narram o caso do assassinato em julho do investigador da Polícia Federal que atuou na investigação de Carlinhos Cachoeira e das ameaças recebidas pelo juiz que trabalhava no caso.


O editorial do El País afirma que os brasileiros são tolerantes com a corrupção. “Eles dizem em pesquisas não tolerar a corrupção entre os políticos, mas logo votam neles sem problemas. Lula mesmo foi reeleito no ano seguinte da explosão do escândalo do mensalão”, diz o jornal espanhol. “Uma sentença exemplar, além de macular o legado de Lula, contribuiria para enfraquecer a arraigada cultura da corrupção e da impunidade dos poderosos no Brasil.”
 

O chefe que nada sabia

O chefe que nada sabia Ou: O maior patrocinador do mensalão



Vamos partitr da seguinte hipótese:
Você é presidente de uma grande empresa. Nomeia um diretor geral para uma grande filial de um país. Ali ocorrem inúmeros escândalos de desvios, roubos, corrupção etc. O diretor geral que você contratou alega nada saber. Fim da estória?
É obvio que não!!!
Se nada sabia é incompetente e deve perder o cargo imediatamente (impeachment), além de ser rigorosamente investigado (principal suspeito)!
É assim que vejo o Brasil hoje e sei que todos brasileiros de bem concordam comigo.
Não há necessidade de protestos e falácias. É uma questão ética e assim deve ser tratada.
Lula mostrou-se extremamente incapaz ou corrupto. Ainda aposto na segunda hipótese, baseando-me na incoerência que sempre margeia os marginais que tornam a política em politicália.

Fonte:Palacio da Maria Joana

terça-feira, 31 de julho de 2012

UPP: o outro lado da moeda, que só os policiais que estão nelas conhecem

 

A morte da policial militar Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, na segunda-feira (23), assassinada com um tiro de fuzil no peito, próximo  à sede da Unidade de Policia Pacificadora (UPP) da comunidade Nova Brasília, no Complexo do Alemão, pode não ter sido um fato isolado.
Foi a primeira baixa entre os policiais recém-contratados, especificamente para atuarem nas UPPs. Como o governo está sendo pressionado a ampliar estas Unidades - o secretário interino de Segurança Pública, Roberto Sá, revelou ao jornal O Globo que aumentará o efetivo policial lotado nelas - isto acaba sendo feito sem os devidos preparos. Desta forma, aumentam os riscos e a falta de infraestrutura para quem ali trabalha.
Sede da UPP da Nova Brasília atacada por bandidos
Sede da UPP da Nova Brasília atacada por bandidos
Este outro lado da moeda foi relatado ao Jornal do Brasil por um destes policiais militares formados às pressas para atuar em uma das 21 UPPs. Ele, aqui identificado como "X" para evitar represálias, conta, por exemplo, o que já é voz comum dentro da corporação: algumas UPPs estão entregue às baratas, como a do Complexo do Alemão. 
Fuzil travado                                    
A questão da falta de estrutura começa no próprio armamento com que estes policiais podem contar. Por conta da ordem de “não ostentar armamento”, cada guarnição só dispõe de um fuzil. Todo resto do efetivo conta apenas com pistolas, cada uma com dois carregadores. No dia dos ataques à UPP do Alemão, como já se sabe, os fuzis dos policiais travaram e não funcionaram.
“Não tem (armas) para todo mundo. É um fuzil para cada guarnição, e os que têm, travam, dão pane. No dia em que atacaram as duas UPPs, os policiais trocaram tiro, e depois de cinco ou seis disparos, as armas travaram”, revelou o que soube entre os colegas.   
Segundo o policial "X", a relação de problemas é extensa no cotidiano das UPPs. Um que salta aos olhos - e é difícil acreditar em tempos de comunicação multimídia - é a de que poucos rádios funcionam. Segundo ele, a grande maioria dos aparelhos só recebe chamadas, sem conseguir entrar em contato com outras estações, inclusive as que estão nas "viaturas policiais". 
A falta de sinal não é o único problema: “Não tem rádio para todo mundo. Às vezes, não tem a bateria reserva, e de noite o aparelho está descarregado. Já trabalhei sem rádio, por exemplo.”, afirma.
A assessoria de Imprensa do Comando de Polícia Pacificadora (CPP) nega que sejam insuficientes os rádios e as baterias. Também informou que "a quantidade de armamento é definida de acordo com as necessidades. Não há falta de fuzis". Admitiu que as armas falharam, a causa, porém, é "desconhecida e está sendo investigada". 
Spray controlado
Outra questão levantada pela fonte do JB está no excessivo controle do uso do spray de pimenta, tido como uma possibilidade de dissolver multidões e distúrbios civis de forma menos violenta. Os policiais precisam justificar, em documento, a quantidade utilizada e o motivo. E só há um para cada guarnição. No caso de uma grande agitação, eles não dispõem de bombas de gás lacrimogênio, necessárias para dispersar aglomerações. "Muitas vezes, apartamos as confusões na mão mesmo.", diz. 
Ao rebater a denúncia, a assessoria do CPP destacou que "os policiais da UPP não são policiais de confronto e guerra, e sim de mediação e de relação com as comunidades. A opção pelo uso do spray de pimenta e do "taser" (pistola de choque) no lugar da bomba de gás lacrimogênio é exatamente para minimizar atos de violência. É necessário o controle dos equipamentos para não haver uso abusivo", diz a nota.  
Benefícios não pagos
Além do equipamento precário, o policial conta que muitos colegas que têm direito a R$ 200 por mês para a alimentação, há seis meses não recebem. O mais crítico é que não há um lugar onde os policiais de algumas UPPs possam comer. No caso do Complexo do Alemão, além de faltar opção à alimentação, ele conta ser comum que policiais militares utilizem o banheiro do teleférico, pois não há sanitários disponíveis nos postos (contêineres) de policiamento.
“Na hora do almoço, há casos de policiais que comem no chão porque não têm onde comer ou ficam dentro dos contêineres, cujos ar-condicionados funcionam mal. É um absurdo”, diz.
Nas explicações enviadas ao JB pela assessoria do CPP, ocorre, sim, a falta de pagamento, mas ela é específica: "As UPPs do Complexo do Alemão são recentes e é necessário um trâmite junto à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Estado para que o valor adicional pago para a alimentação seja incluído no salário dos agentes. Esse trâmite demandou um tempo, mas já foi resolvido e eles terão o auxílio alimentação depositado em suas contas, junto com o próximo salário", justificou o comunicado, acrescentando que "as novas sedes possuem copas estruturadas com micro-ondas, geladeiras, mesas e cadeiras".
Segundo a nota, o pagamento do auxílio transporte no valor de R$ 100 tem sido realizado regularmente. "Se algum policial não está recebendo, ele deve procurar a base administrativa da unidade em que está lotado para que o caso dele seja avaliado e solucionado". 
Outra gratificação que, segundo a fonte do JB muitos PMs ainda não viram a cor, foi a ajuda prometida pela prefeitura do município, no valor de R$ 500. Na quarta-feira passada (25), o prefeito do Rio, Eduardo Paes, prometeu aumentar a quantia para R$ 750. Pareceu promessa de campanha eleitoral pois, segundo o policial "X", vários de seus colegas jamais receberam qualquer valor.  
Burocracia
Outro obstáculo do serviço, diz a fonte, é a burocracia. Se ele estiver insatisfeito no lugar em que está lotado, o pedido de transferência lhe criará problemas. Segundo relata, "aí é que não recebo o que me devem mesmo. É um dinheiro com o qual não se pode contar", revela. O mesmo acontece com as férias, que, segundo a fonte, é "outra burocracia". 
O policial "X" informa que, pelo mesmo motivo - burocracia -, não pôde retirar da loja a arma que comprou para utilizar fora do serviço. Ele tem direito a andar armado, mas só pode pegar o equipamento após ser liberado um documento específico da PM. A pistola, comprada no início do ano, continua estocada na loja, por conta do atraso do papel. 
Formação
O policial "X" também faz duras críticas ao curso de formação dos soldados da UPP. Sua preparação durou nove meses, sendo que nos três últimos, diz que não fez nada. Apesar da pouca ênfase dada nas ações práticas, ele considerou que teve uma boa formação teórica.
“Foram três meses em que ficamos à toa lá, sem fazer nada. As aulas de tiro foram muito básicas. E a matéria de sobrevivência urbana, que ensina conduta de patrulhamento na cidade, não teve nenhuma aula. Teve turma que se formou e foi jogada imediatamente dentro do Complexo do Alemão, sem qualquer prática anterior".
Morte da soldado
No caso da morte da soldado Fabiana Aparecida de Souza, a fonte do JB analisa que a policial, ao sair para lanchar desacompanhada, contrariou as condutas de segurança do Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio. “Não podemos andar sozinhos na favela. Ela foi pega desprevenida. O que falam é que ela deu de cara com os traficantes”.
Ele também disse que o tráfico de drogas permanece em algumas comunidades, em especial no Alemão, onde, segundo os policiais ali lotados, em dois meses de atividade já ocorreram, pelo menos, confrontos com trocas de tiros, mas sem nenhuma baixa de policial.
“Aquele lugar ali (Alemão) é o quartel-general do Comando Vermelho. O tráfico continua na cara de pau. Em dois meses, já soubemos de, pelo menos, quatro trocas de tiros com traficantes", relata o que ficou sabendo. “À noite, as trocas de tiro são com fuzil. Mas ninguém sabe porque a CPP sempre abafa as notícias, muitas vezes porque é a Globo quem vai noticiar, e ela é conivente com o governo”.
A assessoria do CPP não desmente a existência de traficantes, apenas ressalta que, "com as UPPs, acaba a venda aberta de drogas e o ir e vir de bandidos armados à luz do dia. Tráfico de drogas é um problema mundial que não se resolve da noite para o dia".  
"Caldeirão de merda"
O policial "X" conta o comentário feito por um sargento do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) para um grupo de soldados lotados na UPP do Alemão, que já demonstra a situação a que estão sujeitos: "jogaram vocês no caldeirão de merda!".
Na reflexão que faz sobre a política de pacificação das comunidades, diz que na maioria delas "a única coisa que funciona é o governo ter entrado (nas favelas, antes dominadas pelo tráfico). Aí, cobra IPTU, a Light conserta o relógio de todo mundo, regularizaram Internet, e acabam os desfiles de bandido com fuzil. Mas continua a mesma coisa. Os bandidos só não andam com fuzil, mas têm pistola de calibre pesado, como .45.”
Segundo ele admite, em algumas destas áreas onde a polícia não tinha acesso, "muitas armas permanecem escondidas, bem como marginais que nunca haviam sido fichados antes". Isto ocorreria, por exemplo, no Alemão onde, segundo contam os policiais ali lotados, “poucas pessoas passam e dão bom dia e boa noite. Ninguém quer falar nada. Todo mundo é conivente com o tráfico de drogas. Quando se vai abordá-los, muitos saem em defesa dos bandidos. Sei que no começo da UPP é assim, mas ali é demais”.  
Menina dos olhos
Ao final do relato, ele desabafa: “Não tem estrutura, todo mundo está insatisfeito. A maioria não ganha nem ajuda de custo da passagem. Tem gente pagando para trabalhar. Na Zona Sul, por exemplo, é diferente. Tudo funciona, porque a Zona Sul é a menina dos olhos do governo”.

FONTE: Jornal do Brasil. TERRA